sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

A Peça

E no entando a luz se apaga
Meu corpo estremece e fico sem fala
Ouço passos apressados correndo sem direção
E se meu sangue para, o que passa pelo meu coração?

De repente todos somem, e meu palco fica gelado
Eu faço apenas o certo, por que dizem que estou errado?
Não entendo esta vida, meu caminho está perdido
O que seria melhor? Ser idolatrado, ou esquecido?

Vejo que nesta peça, meu papel não tem valor
Pois expressar meus sentimentos é um atentado ao pudor
Não quero a fama, não quero o prazer
Mas quem sabe um cena que me ajude a viver?

Improviso Ensaiado

Não adianta mais mentir, ou fingir que está tudo bem
E não me consola regredir, como chorar no ombro de alguem
Pois mesmo que pareça que estou sempre de bom humor
Privo pra mim a verdade sendo apenas um bom ator

Onde o personagem é inventado, e o show é um improviso
Não quero o seu aplauso, mas aceito um sorriso
As rosas no meu palco são pedras, sempre no meio do caminho
Mas embora solitario, sei que não atuo sozinho

Não existe cortina, não existe diretor
E as vezes o meu palco se torna assutador
E se por acaso eu errar, não fico deprimido
Já que não há plateia, apenas atores comigo

sábado, 10 de janeiro de 2009

Natural

As vezes eu gosto de voltar no tempo
Não é questão de hábito, mas sim de momento
Como é bom estar de volta, e ter de volta o que eu amei
Realizo no momento tudo aquilo que eu sonhei

Lembro dos meus vicios, as vezes tão fatais
Tudo aquilo ao mesmo tempo, provando a mim serem reais
E viver de novo um sonho. Uma festa. Uma dança.
Gosto de lembrar de uma dama, que até hoje me encanta

Já que tudo entre nós dois sempre foi tão natural
Vejo agora uma chance de estar de volta ao normal.
Mas a realidade vem a tona e eu sinto algo estranho.
Pois tudo o que eu vivi não foi parte de um sonho.