domingo, 25 de maio de 2008
Vira-lata
Com a ajuda de um empurrão, agora habito a escuridão
Sem vontade de levantar, sem coragem de rastejar
Com odio no olhar, vendo de todos me ausentar
Não sou um bicho, um animal perdido
E sou tratado do mesmo jeito que cães, largados, esquecidos
Não existe um dono para esses pobres coitados
Assim como não tenho um unico amor ao meu lado
Vira-lata tão imundo vem latindo pra me consolar
Talves procurando comida, talves procurando um par
Mas ao chegar tão perto ele se cala, esperando uma ação ou quem sabe uma fala?
E não demora a perceber tamanho mal que me abala
Vem comigo, vira-lata
Não perca tempo procurando comida ou arrumando encrenca
Mas fique atento, vira-lata
Somos dois cães perdidos contando apenas com a mente atenta
sexta-feira, 23 de maio de 2008
O que importa
Não tem problema, não hesite em aceitar
Do mais sujo cigarro ao mais lindo olhar
Não tem esquema, pode acreditar
Não existem perigos que abalem o meu lar
Mas a vontade permitiu a liberdade, sendo isso o que importa
Sem se preocupar com quem retira, pois o que vai, volta
Não vem com essa, eu faço drama
Não subo em palco mas a galera me chama
Estou contente, ontem eu transei
Nem me liguei no boletim que eu reprovei
Mas a verdade ignorou a vaidade, sendo isso o que importa
Não fique no escuro sozinha baby, pois o que vai, volta
Não grite comigo, não me trate assim
Pra depois sair de cena bem em cima de mim
Eu vou me embora, cansei dessa vida
Mas não hesito em um beijo na despedida
Trancado la fora mas com a chave no bolso, sendo isso que importa
Não se preocupe comigo baby, pois o que vai, volta...
terça-feira, 20 de maio de 2008
Jardim de Pedra
Com o pensamento leve e o desespero constante
Procuro meios de poder relaxar
E nesse jardim de pedra, sou livre pra chorar
Pois todos que me verem entenderam a minha dor
Todos sabem o que se passa, não é preciso me expor
Tudo o que começa acaba, e por você meu fim chegou
O que eu quero esta enterrado, não importa o que me restou
Um jardim com pedras tão belas foi minha unica solução
Embora todos aqui dentro tenham a mesma expressão
De quem perdeu algo importante, e não pode fazer nada
Tem uns que choram muito, outros ficam sem fala
Enquanto a mim, me levanto e fico serio
Então abro um sorriso, e me retiro deste cemiterio...
domingo, 18 de maio de 2008
Vicio (segunda versão)
sexta-feira, 16 de maio de 2008
O alvo
As vezes me vejo sem saída
Sem caminho, faminto.. Uma bala perdida
Não tenho precisão, muito menos precaução
Sou atirado à sorte, acorrentado a uma ilusão
Mas nada temo, a vista é linda do fundo do poço
improvisando um sorriso, um amigo, um esboço
Me prende de maneira tão suave, que me sufoca
Me encara de forma tão clara, que me toca
Já nem sei mais o que é sonho ou o que é fato
Carrascos de Terno
Carrascos de terno
As ruas ainda imundas, sorrisos falsos despertados
As casas ainda escuras, prantos aflitos abafados
Aquele homem gordo disse se candidatar
As palavras que ele disse prometeram melhorar
Do que me vale um voto, manipulado por promessas?
Quem é que tira as fotos, editadas e impressas?
Vamos comemorar, nosso herói chegou!
E o lobo entre as ovelhas finalmente despertou
São carrascos de terno, contando mentiras
Um jogo moderno, de coletar propinas
As melhorias prometidas fugiram da minha mão
Já aquele homem gordo, acena na televisão
Agora todos dizem “viva!” e renovam a rotina
E olha o que sobrou da sociedade alternativa
Nos lugares felizes, permanece o vazio
Enquanto o vento sacode a bandeira do partido
São carrascos de terno, rindo e bebendo
Sem ligar com o país, que vive perdendo
São mentiras bem ditas, no horário eleitoral
Enquanto toda a população troca de canal...
De Imperfeito a Intocavel
De imperfeito a Intocável
Não abra os olhos, e continue deitado
E não se assuste com o estranho ao seu lado
No chão do quarto, pacotes de camisinha
Ao pé da cama, uma garrafa vazia
A melhor noite da minha vida e eu não consigo me lembrar
Quem seria a garota na minha cama a sonhar?
Eu nunca fui assim de ser um cara amável
Quem sabe um dia eu mude de imperfeito a intocável?
Agora sai da cama, e não pise no cinzeiro
Encontre no seu bolso, um maço e um isqueiro
E lá no chão da sala, você vê sua vizinha
E mo galera, dormindo na cozinha
A casa ta uma bagunça, eu quero ver quem vai limpar
Galera que tá dormindo, tá na hora de acordar
Eu nunca fui assim, um cara amigável
Quem sabe um dia eu mude de imperfeito a intocável?
Quando tudo tiver limpo, e todos forem embora
Prometo pra mim mesmo, nunca mais pisar na bola
Depois dessa mancada, nunca mais que eu vou beber
Mas tudo recomeça quando chego o anoitecer
A vida como eu vejo, é feita pra zoar
Como uma festa sem horário pra acabar
Nada do que eu faço é correto ou programável
Vivo minha vida de imperfeito a intocável
Fora de Alcance
Fora de alcance
Não me importa se o que eu faço te agride
Não me agride se o que importa não existe
De um elogio inocente a um gesto de amor
Não passa de um ato de atentado ao pudor
No que queres ouvir, eu faço meu discurso
O que queres sentir, onde limito meu abuso?
Um pedido de desculpas representa o perdão
Ou o medo vazio que representa a solidão?
Penso na vida com uma lógica moderna
Uma visão egoísta entre festa e baderna
Sei o que queres, não sou de mentir
Quando sento ao teu lado, te vejo sorrir
Uma nova palavra seria inventada apenas pra te descrever
Se tudo o que digo tem algum valor
Pago as minhas dividas com um simples gravador
E no fim da linha, descuidado você me encurrala
Surpreso, me vejo flagrado e sem despistá-la
Enceno um sorriso enquanto me deixas fugir
Pois sempre soube dizer, aquilo o que queres ouvir
Fruta bichada
Fruta Bichada
olhem! olhem! olhem para o outro lado
e finjam não ver este verme fardado
corram! corram! é hora de dar no pé
antes que esse verme peça o dinheiro do café
viaturas lotadas ganham velocidade
nessa fruta bichada, chamada sociedade
o lenço venda os olhos, e o documento cai ao chão
pois de nada vale contra uma arma na mão
sem saber por que lutar, revolucionários abrem o jogo
sem saber por que pensar, os vermes abrem fogo
Motivação escassa
Motivação Escassa
Uma chuva fria numa tarde de sabado
O momento perfeito para um café amargo
Um trago profundo no cigarro ao lado
O estranho efeito que traz o agrado
Na rua, tudo anda devagar
Em casa, não se cansa de deitar
Mas na sua mente, tudo se encaixa
Apenas mais um dia de motivação escassa
O barulho da chuva agrada os ouvidos
Nem tudo que escuta pode ser ouvido
Um brilho no olhar, capacidade de pensar
Uma gota em cada olho ajuda a disfarçar
Com a janela aberta, e o ventilador ligado
A chuva vai entrando, molhando o assoalho.
E se alguém entrar no quarto, perguntando o que se passa,
Apenas mais um dia de motivação escassa
Sol de meio dia
Sol de meio dia
da praia, vejo um barco
não um barco qualquer, é um cargueiro
trazendo contêineres do mundo lá fora
mas o agrado é passageiro
Da praia, vejo uma ilha.
não uma ilha qualquer, nela vejo um farol
orientando cargueiros que se perdem a noite
impedindo assim um desastre maior
Da praia, vejo a água
não uma poça qualquer, é o mar
sem o mar, as ilhas seriam montanhas
e pra quem iriam, meras montanhas, um farol iluminar?
da praia, vejo a areia
não uma sujeira qualquer, é a areia onde me encontro
fora dela, as pessoas nem pensam
dentro dela, as pessoas se espantam
Da praia, vejo a verdade
navios cargueiros são apenas disfarce
fazendo entregas pra população
espalham o vírus da globalização